Henrique André

Amo, não nego Negas nega Que me quer Negros nós Nós negros Atados em laços E nó Negas nega? Amo, não nego!

Não sei sentir simplesmente Sentir simples É sentimento complexo Com detalhes Composto De sabores, momentos, aromas Envolvimentos, imaginações, Verdades Sensualidades, erotismo, paixão Sentimento maiúsculo... Em braile, em javanês Em cálculos quântico Sentindo em relatividade Na forma mais complexa de sentir Simplesmente... Sentir Sem ti!

Convicto e assumido sonhador Dado a utopia, perseguidor ávido Usuário do lúdico Delírio na vida, loucura no bem estar Ressaca no aconchego Libertador do que nunca foi preso Do que nunca foi seu Sonho livre O horizonte é seu lugar De forma doce chama, atrai E foge, arrisco, sorrateiro Chama, mas quanto mais perto, mais distante A utopia é inalcançável Para que serve a utopia? De que serve o sonho? De que serve o lúdico, se não para nos Ludibriar...? Impulso para a caminhada Mola propulsora para seguirmos a frente E em frente Combustível para a loucura não parar Ciclo de caos continuar E assim constatarmos: Nossos sonhos não são nossos Tem vida própria, vontade própria... E nunca vamos nos encontrar... Mas não vamos parar de caminhar! Inspirado em Fernando Birri

Nem tudo que se quer É para se ter Nem tudo que se sonha É para conquistar As vezes são formas de ensinamento E de nos mostrar Que somos Podemos e Aguentamos Mais que imaginamos.

Febre, dor calor doentio que toma o corpo frio agonia, magoa aberta bússola cravejada de joias de valor não norteia Marinheiro desorientado a procura de ilha sem farol casta sem píer conduzindo navio a deriva na neblina por mar raso, infestado de pedras Seu destino? Naufragar Lobo sem matinha fugindo do inverno. arredio a procura de abrigo cansado de solidão com medo, sem resposta quer calor de colo Cuida! sem cobrar alma canda de luta quer acalmar Seja sentido... Mostre o caminho perdido Ao marujo atormentado pela perda Constelação, estrela guia...  Encontro que sente, acalanto que se pede Abrigo!

Menino, tímido, guardado Deixado em caixa vazia como presente raro, bibelô que solto cria asas, quer viver quer voar, criar Menino calado, programado para não incomodar De tão medroso nem trabalho dá Educado, carinhoso, gentil, manhoso Pura atenção, nasceu para respeitar menino que não cresce mas evolui, aprende destinado a progredir escondido em corpo notável que amedronta ao ver mas de tão generoso, aprendeu a dividir, doar, querer, bem querer, amar Menino que quer viver de amor que sempre sonhou Ideia que alimenta com aveia e mel... Doce! Sonho de menino doce!